segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CAPITULO V – INFORMAÇÕES; O RATO QUE SABIA DEMAIS


Em algum lugar de Darakin:
 O jovem que atacara Arissia anteriormente caminha através de uma vasta sala em direção a um trono. Ao se aproximar, se prostra diante do trono.
- Mestre Calyu, minha missão foi concluída, o primeiro escolhido foi derrotado.
- Muito bem meu servo, bom trabalho. Espero que tenha sucesso em derrotar os demais escolhidos.
- Não se preocupe mestre, eu não falharei.
- Assim espero. Nada pode ficar entre mim e o meu objetivo. Já sabe onde se encontram os demais?
- Sim mestre, um deles está em uma cidade chamada Ormpur, próximo ao Deserto da Desolação.
- Então vá imediatamente.
- Sim mestre.
Tendo dito isto, o jovem sai da sala.
- Logo eu poderei encontra a localização do portal e quando eu o encontrar, todo o mundo estará em minhas mãos. Hahahaha.
Enquanto isso, na casa de Zara:
A semana de treinamento de Arissia havia finalmente acabado e Zara estava muito orgulhoso a respeito dos resultados.
- Arissia, eu estou muito contente com o seu progresso durante esta semana. Você se saiu muito bem – disse Zara.
- Eu fiz o meu melhor e acho que alcancei o objetivo.
- Alcançou? Você superou as minhas expectativas. Realmente corre sangue de guerreiro em suas veias. Seus pais devem estar muito orgulhosos, estejam onde estiverem.
- Obrigado Zara, obrigado por tudo que você fez por mim.
- Não precisa me agradecer, essa foi uma promessa que eu fiz a seus pais e a você. Eu o fiz porque também acredito que você tem um grande futuro pela frente. Agora vá, você não tem tempo a perder, cada minuto que passa Calyu fica mais próximo de seu objetivo.
- Mas eu não sei por onde começar minha busca.
- Seguindo para o oeste, a cerca de um dia de distancia, há uma cidade chamada Mosstone. Essa cidade é conhecida como o “Comércio da Informação”, qualquer informação que você quiser você encontrará nesta cidade.
Arissia, então, coloca algumas provisões em sua bolsa, agradece a Zara novamente e se despede indo em direção à cidade de Mosstone. Quando o sol já se perdia no horizonte, Arissia decide descansar e esperar pelo nascer do dia. Encontrando um lugar apropriado para seu descanso, Arissia prepara uma fogueira e começa a assar alguns pequenos animais que pegara na floresta e alguns legumes que havia trazido da casa de Zara. Após assá-los e come-los, Arissia se deita na grama e começa a admirar as estrelas enquanto se lembra de sua luta com o jovem misterioso.
- Eu ainda não entendo por que ele trabalha para aquele maldito. Ele é um dos escolhidos, deveria estar do nosso lado. O que será que aconteceu para fazer ele se aliar ao Calyu?
Após muito pensar, Arissia acaba pegando no sono. Quando o sol começava a brilhar no horizonte, Arissia se põe novamente a caminhar. O sol estava no topo do céu quando Arissia chegou à cidade de Mosstone. A cidade era muito diferente de todas as cidades que Arissia já havia conhecido, as ruas eram repletas de casas, pessoas entravam e saiam de dentro das lojas, pessoas anunciavam suas mercadorias, outras ficavam em becos, espreitando e observando tudo, as tavernas eram cheias de guerreiros de todas as raças, ladrões e comerciantes.
- Uau, que cidade incrível. Zara estava certo, se eu não conseguir uma informação aqui, não conseguirei em lugar nenhum.
Tendo dito isto, Arissia começa a procurar por alguma informação útil pela cidade. Após muita procura, Arissia pára um pouco para descansar encostada em uma parede.
- Psiu, você ai de preto – disse uma voz.
Arissia olha para os lados tentando encontrar o dono daquela voz.
- Aqui, eu estou aqui atrás de você.
Arissia se vira e encontra um rato de mais ou menos 30cm, preto e com olhos vermelhos.
- Eu odeio ratos. Morra.
Ela se prepara para matá-lo quando o rato lhe diz:
- Espera, espera, eu não sou um rato. Bom, pelo menos não um rato comum.
- Peraí, você fala?
- Não, jura? Nem tinha percebido isso. Claro que eu falo, você não está vendo?
- Como pode isso? Ratos não falam.
- Eu ti disse, eu não sou um rato comum. Eu sou um metamorfo. Quando eu estou com problemas ou quando eu não quero ser encontrado, me transformo nesta criatura, mas eu não vim aqui falar de mim. Eu soube que você está procurando informações sobre guerreiros incomuns. É verdade?
- Sim, é verdade. Procuro por quatro guerreiros que possuam esferas parecidas com esta que eu possuo.
Arissia, então, mostra ao “rato” a sua esfera. Ele começa a observa-la atentamente e, depois de um tempo diz:
- Eu tenho a impressão de já ter visto esta esfera, porem ela era marrom.
- Sério? Onde? Com quem? Como ele era? Vamos, me diga.
- Calma criança, hehehe. O que você pode me dar em troca de minha informação?
- Sabia que estava fácil demais. Diga o que você quer.
- Bem, tem uma coisa que eu preciso muito, porem...
- Porem o que?
- Porem esta coisa não é minha, é de um guerreiro poderoso que vive aqui nesta cidade, eu tentei comprar dele, mas ele não quis nem me dar bola.
- E o que seria esse objeto?
- É uma adaga de Mithril que ele conseguiu em um templo antigo. Dizem que esta adaga possui poderes místicos e eu preciso dela para uma coisa. Você vai invadir a casa dele e me trazer esta adaga custe o que custar.
- Eu? Mas eu não sou ladra. Eu não vou fazer isso, peça outra coisa.
- Tudo bem, se você não precisa de minha informação. Mas saiba que aquela adaga será minha de qualquer jeito, pois há varias pessoas que fariam isso por aqui e não sei se eles serão legais com o esse guerreiro.
- Você... tudo bem, eu faço.
- Muito bem, muito bem. Agora eu vou ti dizer tudo que você precisa saber.
E os dois começam a conversar. Quando a noite chega, Arissia vai até a casa do tal guerreiro. O exterior da casa era feito todo de madeira e possuía dois andares. Haviam duas janelas em cada face do andar de baixo e duas janelas na frente e uma na parte de trás do andar superior. Arissia, subindo em uma árvore localizada ao lado da casa, salta sobre o telhado da casa. Calmamente, ela vai se aproximando da janela de trás do segundo piso. Ao chegar próxima, ela amarra uma corda em uma das vigas de sustentação do telhado e, usando sua adaga, tenta abrir a janela, conseguindo pouco depois. Ela entra na casa e começa a procurar pela adaga. O lugar onde Arissia estava era um corredor com algumas portas. Segundo o “rato”, a adaga estava no quarto do guerreiro. Ela começa a procurar quarto por quarto, usando uma varinha de luminosidade, até que, finalmente, ela encontra o quarto dele, porem a adaga não estava lá em lugar nenhum.
- Droga, onde está esta adaga – pensou Arissia.
Depois de procurar em todas as salas do cômodo superior, Arissia resolve procurar no como de baixo. No momento em que ela ia começar a descer, uma luz provinda de uma vela se aproximava através da escada. Desesperada, Arissia procura rapidamente um lugar para se esconder, indo parar no quarto do guerreiro. Lá, ela resolve se esconder em baixo da cama. Arissia estava ofegante, nervosa, suas mãos tremiam, seu rosto suava, seu coração palpitava com muita rapidez enquanto olhava para a porta fechada. De repente, a luz para diante da porta, a maçaneta começa a se mover e a porta, lentamente, começa a se abrir. Arissia rapidamente esconde sua cabeça para não ser vista. Ela consegue ver somente os pés do guerreiro se movendo em direção a cama. O guerreiro se senta e, tirando suas botas, diz:
- Finalmente posso tirar essas botas, meus pés já estavam me matando. Mas novamente não consegui falar com o mago das terras de Vesperin. Mas amanhã eu vou conseguir falar com ele.
O guerreiro se deita e, após alguns minutos, dorme. Arissia, aproveitando-se da situação, sai de seu esconderijo e se dirige até o andar debaixo. A adaga estava sobre uma mesa localizada no centro da sala. Arissia a pega e resolve, desta vez, sair pela porta da frente. Ela se dirige até a porta e, usando a chave que esta pendurada ao lado da desta, foge em direção ao centro da cidade.
- Como foi em sua missão Arissia? – pergunta o “rato” com tom de sarcasmo para Arissia ao vê-la se aproximando.
- Está aqui o que você queria. Agora me de a informação.
- Calma minha criança, deixe-me ver a mercadoria.
O “rato” começa a verificar a adaga atentamente e, depois diz:
- Sim, é esta mesmo. Muito bom trabalho, você merece sua recompensa. Agora, siga-me, vou lhe falar tudo o que eu sei.
O “rato” sobe nos ombros de Arissia e, ambos, caminham em direção a saída da cidade.

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