segunda-feira, 25 de outubro de 2010

CAPITULO VI – REENCONTRO DESAGRADAVEL; O NOME DO INIMIGO É REVELADO


Quando os primeiros raios de sol apareceram no horizonte, Arissia segue pela estrada de Tethyr em direção às terras do Deserto da Desolação, seguindo as informações obtidas. “Para você chegar até a cidade de Ormpur na região do Deserto da Desolação você deverá caminhar durante uns 6 dias através dessa estrada, atravessar diversas cidades até chegar a uma chamada Ankhapur, depois terá que atravessar o Lago de Steam e seguir para o sul até encontrar o Mar Brilhante. Encontrando o mar, mantenha-o a sua direita e siga que você com certeza encontrará a cidade.”, foram as palavras ditas pelo “rato”. Ela atravessa as montanhas de Starpire, atravessa a ponte do rio Sulduskoon, atravessa também a cidade de Zazesspur até chegar, ao cair da noite, ao castelo de Tethyr, decidindo descansar nas proximidades deste. Pela manhã, ela resolve continuar sua caminhada. Após algumas horas, Arissia encontra uma carroça virada ao lado da estrada e vários objetos espalhados pelo chão. Rapidamente ela corre em direção a carroça e procura se não há ninguém ferido, porem não há ninguém, nem dentro nem próximo da carroça. Analisando melhor o local, ela encontra alguns pingos de um liquido estranho que parecem formar uma espécie de rastro. Sem pensar duas vezes, Arissia resolve seguir os rastros e, depois de um tempo, ela ouve algo.
- Ahhh, por favor, alguém me ajude. Por favor.
Arissia começa a correr na direção da voz até chegar ao leito do rio Ith, onde ela encontrou uma criatura que nunca havia visto em sua vida, a criatura flutuava em pleno ar, seu corpo era branco e, de vez em quando, se tornava invisível, ele não possuía rosto, somente uma boca estranha, com dentes amarelados e tortos, de sua boca escorria um liquido esverdeado, parecido com o que ela estava seguindo, e um olho de cor vermelha com a pupila bem dilatada, seus braços eram compridos e em seus dedos haviam unhas pontiagudas muito afiadas. Essa criatura se aproximava de um homem que se arrastava para tentar fugir dele. Quando o homem viu Arissia, ele começou a gritar assim:
- Ei, você, por favor, me ajude, não deixe ele me matar.
- Calma que eu vou tentar chamar a atenção dele. Ei, bicho nojento, olha pra cá.
Mas a criatura nem olhou para ela. Então Arissia pegou uma pedra e, atirando-a contra a criatura, disse:
- Olha pra cá seu bicho nojento e feioso, eu estou falando com você.
A criatura se virou na direção dela e disse:
- Porque você me interrompe bem no meio de minha refeição?
- Você sabe falar? Esquece, nada mais me impressiona. O que é você e o que você quer com ele? – disse Arissia.
- Eu sou um fantasma, achei que isso fosse bem óbvio.
- Mas eu pensei que os fantasmas só podiam andar pelas sombras.
- Humpf, você acredita nesses mitos? Bem, em parte eles são verdadeiros, porem não dizem TODA a verdade. Nós podemos nos alimentar do espírito dos vivos para podermos nos materializar e completar nossos corpos ectoplasmatico. Eu estou quase completo, tudo que me separa disso é você.
- Bem, no que depender de mim, você permanecerá incompleto.
- Vamos ver quem estará incompleto no final desta luta.
Então, Arissia saca suas adagas e parte ferozmente em direção ao fantasma, este permanece imóvel. Quando a adaga de Arissia atinge o corpo do fantasma, ela o atravessa sem causar nenhum arranhão.
- Hahaha, você não pode me ferir, eu não possuo corpo.
- É o que você pensa.
Quando ela disse isso, um corte surge no local onde a adaga passara e um liquido verde espirra no chão.
- Ahh, mas como...
- Eu também tenho meus truques. Antes de sair da casa de Zara, ele colocou esta gema esverdeada em minha adaga, tornando-a uma arma sagrada. Nenhuma criatura, materializada ou não, consegue escapar do fio de minha lamina.
- Muito bem, vejo que você está bem preparada. Mas eu também tenho meus truques.
E, dizendo isso, parte em direção a Arissia com os braços prontos para cortá-la, porem Arissia nem se mexia. Assim que ele chegou bem perto, ambos se atacaram. Eles ficam em silencio por alguns instantes...
- Eu... Eu...
Dizendo isso, uma jorrada de sangue esverdeado sai do corpo do fantasma enquanto seu corpo vai ao chão dividido em duas partes. Arissia guarda sua adaga e, voltando-se para o corpo do fantasma diz:
- Humpf, ele nem era tão poderoso como pensava ser.
Então, ela caminha em direção ao homem que estava sendo atacado pelo fantasma.
- Ei, você está bem?
- Melhor agora. Mas quem é você?
- Nossa, como eu sou distraída. Meu nome é Arissia e o seu?
- Calliban. Obrigado por ter salvado a minha vida hoje.
- Não precisa me agradecer. Agora eu vou ti acompanhar até a sua carroça.
- Obrigado.
Então, ambos vão em direção a carroça de Calliban. Ao chegarem, Arissia o ajuda a recolher suas coisas e a desvirar sua carroça. Depois de tudo pronto, ela diz:
- Bem Calliban, eu vou indo agora, tenho um longo caminho a percorrer.
- Espere Arissia, para onde você vai?
- Eu vou para a cidade de Ormpur nas terras do Deserto da Desolação.
- Eu também estou indo naquela direção. Sobe aí que eu ti levo até lá, é o mínimo que eu posso fazer depois de você ter salvado minha vida.
- Sério? Obrigado, isso vai me poupar um bom tempo... Mas, como a sua carroça vai se mover, o cavalo deve ter fugido após o ataque.
- Não Arissia, ele não fugiu, na verdade nunca existiu um cavalo, bem, pelo menos nenhum cavalo de verdade.
- Como assim.
- Eu vou ti mostrar.
Calliban estendeu os braços em direção a frente da carroça e, em alto tom, disse:
- Precor equus phasmatis.
E, de repente, surge um cavalo de cor de cor azul em frente a carroça, sua crina e seus cascos pareciam chamas azuis e de sua narina saia uma fumaça branca. Arissia fica com uma expressão de surpresa em seu rosto e, vendo isso, Calliban lhe pergunta:
- Então, o que achou?
- É... incrível. Eu nunca vi algo igual.
- Agora nós já podemos ir, certo?
- Certo, vamos lá.
Arissia sobe na carroça e eles começam a viajar através da estrada. Quando o sol começou a se pôr, eles armaram acampamento e decidiram descansar um pouco.
- Arissia, posso ti fazer uma pergunta?
- Pode, claro que pode.
- O que você vai fazer em Ormpur?
- É uma longa história.
- Bem me conte, temos muito tempo.
- Certo. Tudo começou quando...
E Arissia conta toda a sua história. Quando acabou, Calliban, surpreso com tamanha história, diz:
- Uau, impressionante, não é a toa que aquele fantasma não foi páreo para você.
- Bem... E você? O que você vai fazer naquela região?
- Eu sou um comerciante, estou indo para Theymarsh para fazer alguns negócios e restabelecer meu estoque.
- Hum... interessante.
- Bem, é melhor nós irmos dormir, amanhã é provável que nós já tenhamos chegado na região do Deserto, é melhor estarmos bem descançados.
- Tem razão, vamos dormir.
E, tendo dito isto, foram dormir. Na manhã seguinte, prosseguiram seu caminho. Atravessaram a cidade de Mintar, a cidade de Arkhapur e a cidade de Derluske chegaram as proximidades da cidade de Ormpur.
- Arissia, eu vou ter que ti deixar aqui, mas a cidade fica a menos de dois quilômetros ao sul. Não tem como você não encontrá-la.
- Tudo bem Calliban, você já me ajudou o suficiente. Obrigado.
- Não me agradeça, eu é que devo agradecê-la, pois se você não tivesse salvado a minha vida eu não estaria aqui. Então vá e boa sorte em sua jornada.
- Obrigado e boa sorte para você também.
Arissia, então, parte para o sul em direção a cidade. Chegando lá, ela se depara com uma cena horrível; a cidade estava completamente destruída. Corpos banhados em sangue estavam caídos no chão, casas estavam destruídas, havia sangue espalhado por toda parte.
- Mas o que aconteceu aqui? – disse Arissia.
- Gostou? Esta foi uma ordem de meu mestre Calyu – disse uma voz.
Arissia se vira em direção a voz.
- Você... foi você que quase me matou.
- Bem, parece que eu não completei o trabalho, não é? Sem problemas, agora eu irei terminar o serviço.
- Foi você que fez isso?
- Este trabalho não foi feito por mim, mas se precisasse eu o teria feito.
- Seu... eu exijo saber o seu nome. Agora.
- Eu acho que você mereceu esta honra. Meu nome é Wesley e, de agora em diante, seu pior pesadelo.

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